


Esta é a belíssima casa do casal Lia e Haraldo Freudenberg em Curitiba. Os momentos que passei nesta casa são experiências sensoriais, todos envoltos numa atmosfera onírica, daquelas sentidas ao visitar obras de arte e ao mesmo tempo compartilhar a vida, o cotidiano: o tilintar de xícaras de chá numa tarde de inverno, conversas deliciosas em meio a livros, projetos, papéis e amigos em outra tarde de inverno, o entardecer e a luz se transformando e transformando o espaço e algumas outras. Tenho vontade de fazer um levantamento detalhado, com muitos desenhos e fotos, fazer um registro de qualidade, pois várias soluções (na estrutura, vedações, esquadrias, etc) são muito boas. Quero voluntários (homens e mulheres determinados e sensíveis)! O rigor construtivo é notável: não existe, por exemplo recortes nos ladrilhos e nos azulejos. Não tenho dúvida de que a técnica constitui ferramenta fundamental para se conseguir qualidade do espaço construído. Com domínio progressivo da técnica, a arquitetura - posto que é arte - transcende a própria técnica: emociona, faz pensar, arrepia, as vezes choca, acolhe, transforma.
“não há concepção sem técnica, nem projeto sem matéria”
(PIÑÓN, 2006, p.126)